Projeto sem “Certidão de Nascimento”? Por que iniciar sem um Termo de Abertura e uma Estrutura Analítica é o primeiro passo para o fracasso?

Projeto sem “Certidão de Nascimento”? Por que iniciar sem um Termo de Abertura e uma Estrutura Analítica é o primeiro passo para o fracasso?

Iniciar um projeto sem Termo de Abertura do Projeto (TAP) e sem uma Estrutura Analítica do Projeto (EAP) é como construir uma casa sem planta ou abrir uma empresa sem CNPJ: parece possível no começo, mas rapidamente se transforma em um problema.

No universo da gestão de projetos estratégicos, esses dois elementos são mais do que burocracia. Eles representam o fundamento documental e estrutural que garante clareza, alinhamento e previsibilidade.

Termo de Abertura: o manual de instruções do projeto

O Termo de Abertura é o documento que estabelece as orientações de execução e que autoriza oficialmente o início de um projeto. Mais do que isso, ele define:

  • Objetivo principal: por que o projeto existe;
  • Patrocinador e partes interessadas: quem apoia e quem será impactado;
  • Escopo: o que está dentro e fora das entregas;
  • Recursos e orçamento disponíveis;
  • Responsável pela condução.

Sem esse documento, o projeto nasce sem identidade e sem legitimidade. Isso abre espaço para conflitos de prioridade, falta de patrocínio real e mudanças constantes de direcionamento.

Um Termo de Abertura bem feito é a primeira barreira contra a incerteza e a desorganização.

Estrutura Analítica do Projeto (EAP): a espinha dorsal da execução

Se o Termo de Abertura define por que e o que, a EAP (Estrutura Analítica do Projeto) detalha como o projeto será entregue.

A EAP é uma decomposição hierárquica do trabalho: ela divide o projeto em partes menores, claras e gerenciáveis, permitindo que cada tarefa seja atribuída, monitorada e controlada.

Com uma EAP bem definida, a equipe consegue:

  • Identificar dependências entre atividades;
  • Prever riscos operacionais;
  • Estimar prazos e custos com maior precisão;
  • Reduzir a chance de escopo “elástico” (quando novas demandas aparecem sem controle).

Projetos sem EAP tendem a enfrentar desvios de cronograma e orçamento, pois não há clareza sobre o esforço necessário em cada etapa.

O custo da pressa: começar sem fundação

Um erro comum é acreditar que a documentação “atrapalha” a agilidade. Muitas empresas caem na tentação de começar a executar o quanto antes, sem gastar tempo na preparação. O resultado é quase sempre o mesmo:

  • Metas confusas;
  • Retrabalho constante;
  • Estouro de orçamento;
  • Atrasos que minam a credibilidade da gestão.

Na prática, a pressa em pular etapas cria um falso ganho de velocidade. O que se economiza no início é multiplicado em custos adicionais e conflitos durante a execução.

Disciplina e método como garantias de sucesso

A gestão moderna mostra que disciplina não é burocracia: é o que separa projetos bem-sucedidos de tentativas fracassadas.

O Termo de Abertura garante legitimidade e direcionamento e a EAP assegura controle e previsibilidade.

Juntos, esses instrumentos formam a base metodológica que aumenta a maturidade organizacional e protege os projetos contra desvios.

Tratar um projeto como uma iniciativa sem documentos é o mesmo que ignorar a necessidade de uma “certidão de nascimento”. Sem Termo de Abertura, ele não tem legitimidade e sem EAP, não tem estrutura.

Portanto, o primeiro passo para o fracasso é começar sem esses pilares. E o primeiro passo para o sucesso é justamente o contrário: investir em uma base sólida, clara e bem estruturada.