Como evitar inconsistências entre sistemas? O papel da governança na integração de dados!

Como evitar inconsistências entre sistemas? O papel da governança na integração de dados!

Em um cenário de alta digitalização, a maioria das empresas opera com múltiplos sistemas: ERPs, CRMs, plataformas financeiras, softwares de atendimento, e uma infinidade de ferramentas específicas por área. O desafio começa quando esses sistemas precisam conversar entre si e entregar dados unificados, limpos e confiáveis, algo que parece simples na teoria, mas que na prática esbarra em inconsistências de dados e falhas de integração.

Essas falhas afetam diretamente os indicadores de desempenho, relatórios gerenciais e a qualidade da tomada de decisão. Mas há uma peça-chave que costuma ser negligenciada nesse processo: a governança de dados.

Quando os sistemas não se entendem, os dados contradizem

Um dos problemas mais recorrentes em empresas que buscam maturidade analítica é a divergência de dados entre fontes diferentes. Um relatório gerado no sistema de vendas mostra um número. O BI apresenta outro. O financeiro aponta um terceiro.

Essas inconsistências geram retrabalho, conflitos entre áreas, decisões baseadas em dados imprecisos, e, muitas vezes, uma falsa sensação de controle. O problema não é a ferramenta em si, mas a ausência de regras claras sobre como os dados são tratados, integrados e validados. E é exatamente nesse ponto que a governança de dados atua como alicerce.

O que é governança de dados e por que ela é essencial na integração?

A governança de dados é o conjunto de políticas, processos, responsabilidades e padrões que definem como os dados são gerenciados em toda a organização. Ela responde perguntas como:

De onde vem este dado?

  • Quem é responsável por sua atualização?
  • Quais regras de negócio foram aplicadas para gerar este indicador?
  • Existe um dicionário de dados validado?
  • Há rastreabilidade de alterações?

Ao integrar sistemas, essas respostas se tornam críticas. Sem governança, cada sistema aplica suas próprias regras. Com governança, a empresa estabelece um modelo unificado, auditável e confiável.

Governança e integração: uma dupla estratégica

Quando falamos em integração de dados, muitas empresas pensam apenas na parte técnica: conectores, APIs, pipelines e sincronizações. Mas a tecnologia sozinha não resolve problemas de interpretação, padronização e confiabilidade.

É a governança que define o padrão para que os dados possam ser integrados com segurança e consistência. Ela orienta:

  • Padronização de nomenclaturas, formatos e unidades.
  • Definição de critérios únicos para cálculos e métricas.
  • Estabelecimento de regras de negócio validadas pelas áreas.
  • Controle de acessos e permissões sobre dados sensíveis.
  • Documentação e rastreabilidade de cada etapa da jornada do dado.

Com essas diretrizes, a integração deixa de ser apenas uma conexão técnica entre sistemas e passa a ser um processo de unificação estratégica da informação.

O impacto direto na confiabilidade dos indicadores

Sem governança, os indicadores podem ser bonitos visualmente, mas frágeis em sua base. Um KPI pode ter três versões distintas, dependendo de quem o consulta. Isso mina a confiança e gera conflitos internos.

Já com dados governados e bem integrados, os indicadores ganham força como ferramenta de inteligência de negócio. Eles refletem a realidade operacional da empresa de forma clara, comparável e rastreável. E isso tem impacto direto em áreas como:

  • Planejamento estratégico e financeiro.
  • Análise de performance comercial.
  • Monitoramento de metas e OKRs.
  • Compliance e auditoria.
  • Eficiência operacional e automação.

Governança aplicada na prática: do caos à confiabilidade

Implementar governança de dados não precisa ser um projeto complexo ou engessado. O caminho mais sustentável é começar com os dados mais críticos,  como os que alimentam dashboards e decisões de alto impacto, e aplicar políticas mínimas de padronização e validação.

A integração de dados entre sistemas é um passo essencial para a transformação digital, mas ela só é eficaz se for acompanhada de uma governança sólida, aplicada desde a origem até o consumo final da informação.

É essa combinação que evita inconsistências, conflitos e retrabalho. É ela que transforma múltiplas versões da verdade em um dado único, padronizado, confiável e acionável.